Trabalhadores rurais de diversas áreas de assentamento da Reforma Agrária na Paraíba lotaram o plenário e as galerias da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (16), durante toda tarde, na Sessão Especial para entrega da Medalha Dom Hélder Câmara, ao padre maltês naturalizado brasileiro, João Maria Cauchi, pelos 50 anos de luta dedicada aos pobres na Paraíba.
A sessão contou com participação do propositor da comenda, Frei Anastácio, o deputado federal Luiz Couto, representantes da UFPB, Comissão Pastoral da Terra (CPT), o sobrinho de padre João, Alex Cauchi - que também é padre -, além de muitos religiosos e pessoas da sociedade. Durante a solenidade, houve encenações (místicas) feitas por trabalhadores em alusão ao homenageado, entrega de flores às pessoas que fazem parte do dia a dia de padre João e muitos cânticos que falam da luta pela terra.
Segundo Frei Anastácio, “há homens que são lembrados pelo poder econômico que adquiriram, ou pela tirania que exerceram ao longo de sua jornada pela terra.
Mas, há outros, que entram para a história como pilares de lutas pelo bem-estar dos outros. São pessoas que não viveram apenas para si, mas, sim, para servir ao próximo. Para mim, Padre João Maria Cauchi é um desses exemplos de dedicação do bem servir, aqui na Paraíba durante 50 anos de luta. Hoje, aos 75 anos de idade ainda se mantém firme como o bom samaritano da causa dos pobres”, disse Frei Anastácio.
Frei Anastácio contou que padre João sofreu ameaças de morte, atentados de morte a tiros, fez greve de fome por quatro dias em favor de trabalhadores, na Assembleia Legislativa, onde recebeu a medalha, e nunca parou de trabalhar pelos pobres.
O parlamentar relatou que, na sua simplicidade, sem fazer alarde, padre João vai fazendo da ação útil a possibilidade de tornar o ser humano melhor. “Hoje, entregamos a Padre João Maria uma das mais altas e significativas comendas, que esta Casa concede que é a Medalha Dom Hélder Câmara. O reconhecimento a um homem que, no decorrer da vida, assumiu como sacerdócio, a missão de anunciar o reino de Deus, ajudando nas lutas e causas sociais, ao povo sofrido”, destacou.
Para o deputado Luiz Couto, João Maria é mais do que merecedor da comenda. Segundo ele, padre João apesar de não ser brasileiro dedicou a vida dele ao povo sofrido do Brasil, sem nunca abandonar os pobres. A coordenadora da CPT, Tânia Maria, disse que padre João Maria sempre foi um exemplo de companheirismo e presença marcante em todos os momentos difíceis e alegres na luta dos trabalhadores rurais.
Padre João Maria agradeceu a iniciativa do mandato de Frei Anastácio e disse que tudo que vem realizando, em 50 anos de luta, é atendendo ao que diz o evangelho que é amar ao próximo como a si mesmo. O padre Alex, também falou em nome da família. Ele disse que em sua simplicidade, o tio nem queria receber a homenagem. Mas, como era uma comenda do mandato de Frei Anastácio, pela luta que ele vem realizando pelos trabalhadores, decidiu concordar com o recebimento da comenda.
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