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Depoimentos de acusados de matar Manoel Mattos fecham primeiro dia do júri do caso

Escrito por: Gil Costa em Acao on quarta-feira, 15 de abril de 2015 | 09:34:00


O primeiro dia do julgamento sobre a morte do advogado Manoel Mattos terminou com o depoimento dos dois acusados de serem os executores da vítima, na noite desta terça (14), na sede da Justiça Federal de Pernambuco, na Zona Oeste do Recife. Ambos negaram participação, afirmando que não se conheciam antes do crime. Mais cedo, foram ouvidos os dois acusados de planejarem o homicídio e o dono da espingarda apontada nos autos do processo como a usada no assassinato. Os interrogatórios dos réus giraram, principalmente, em torno do empréstimo dessa arma. A sessão será retomada às 9h desta quarta (15), com as falas do Ministério Público Federal, assistentes de acusação e advogados de defesa, seguidas pelo debate e a divulgação da sentença.

Em depoimento, José da Silva Martins, acusado de executar o advogado junto com Sérgio Paulo da Silva, disse que pegou uma espingarda calibre 12 emprestada com José Nílson Borges para fazer bicos de segurança em casas na Praia de Pitimbu, na Paraíba. Foi nesta região que Manoel Mattos foi executado, em 2009. José da Silva afirmou que foi o sargento reformado da PM Flávio Inácio Pereira quem sugeriu que ele pegasse essa arma com José Nílson. O militar é acusado de planejar o crime junto com Cláudio Roberto Borges, irmão de José Nílson.

A espingarda que foi usada no crime foi exibida durante o depoimento de José da Silva, que não a reconheceu como a mesma que ele pegou emprestada com José Nílson. "A arma que eu peguei eu entreguei desmontada para Flávio, porque José Nílson não estava, antes do homicídio. O Flávio não me disse para quem e quando ele entregou. E eu nunca reconheci esta arma como sendo a mesma usada no crime", disse.

O advogado Manoel Mattos integrava a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE e atuava, principalmente, contra grupos de extermínio quando foi morto a tiros em uma casa de praia na Paraíba, em 2009. O julgamento do homicídio foi federalizado sob o fundamento de existência de grave violação a direitos humanos – é o primeiro caso do tipo no Brasil. Isso se deu em outubro de 2010, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o caso como sendo um procedimento de Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), dispositivo conhecido como federalização.

José Nílson também assegurou que não conhecia Sérgio Paulo na época do homicídio e rebateu o depoimento de testemunhas que o teriam visto na cena do crime, vestido com uma blusa camuflada e um gorro, vestimentas apreendidas pela polícia na casa dele. "Nem iniciante faria um negócio desses, guardar o que usou no crime. Não fui eu [que matei], até hoje eu não entendo por que me acusaram. No dia [do homicídio], eu trabalhei logo cedo nas casas, porque era dia de festa, e de umas nove horas eu fui para casa de Edson [Rufino Alves]. Depois, eu saí para um depósito de bebidas e minha irmã veio perguntar se eu estava sabendo", afirmou.

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