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Cineasta Vladimir Carvalho comenta lembranças sobre pintor Cícero Dias

Escrito por: Gil Costa em Acao on segunda-feira, 30 de janeiro de 2017 | 09:28:00


“Minha primeira lembrança envolvendo o Cícero é de quando eu era adolescente, em Itabaiana”, explica o cineasta paraibano Vladimir Carvalho sobre o pintor Cícero Dias, tema do mais recente documentário de Carvalho. O filme, que chama atenção por mostrar a vida do “compadre de Picasso”, foi premiado no Festival de Brasília e exibido na edição 2016 do Fest Aruanda, em João Pessoa.

O ano era 1948. Pernambucano de Escada, Região Metropolitana do Recife, Cícero havia voltado da França, onde morou por mais de dez anos, e, tocado pela Escola de Paris, expôs na capital de Pernambuco uma série de pinturas abstratas, diferentes das obras produzidas por ele até antes de sair do Brasil.

“Quando ele trouxe esse material, houve uma espécie de choque cultural na cidade, porque as pessoas não esperavam aquele Cícero abstrato. As coisas não tinham mais a figura humana, embora ainda houvesse as cores de Pernambuco, uma característica do artista”, explica Vladimir Carvalho.

Duas pessoas que viram a exposição eram parentes do cineasta. O pai dele, Luiz Martins Carvalho, e o tio, Severino Fagundes. “Eu era um menino de 13 anos, não fui pro Recife, mas fiquei impressionado com a discussão que houve em casa por causa das pinturas. Virou uma crônica familiar: a briga do Mestre Lula com Severino”, comenta.

A discussão que Vladimir conta se deu pois o pai do cineasta ficou encantado com as obras e defendia o trabalho de Cícero. “Meu tio, um reacionário empedernido, abominou de cara a pintura abstrata que meu pai defendia. Eu assisti essa discussão muitas vezes e isso ficou na minha cabeça. Cícero é uma memória muito forte da minha adolescência”, diz Vladimir.

Visita a França

Quase 60 anos depois da exposição e dois anos depois da morte do pintor, Vladimir foi para a França em 2005 apresentar os filmes “Conterrâneos Velhos de Guerra” e “Barra 68” na programação do Ano do Brasil na França. “Eu estava finalizando o filme sobre José Lins do Rego e para minha surpresa, descobri que havia uma frase de José Lins em uma exposição do Cícero lá em Paris. Cheguei lá e fiquei extasiado com a quantidade dos quadros, então filmei não só a frase como também a maior parte da exposição”, diz.

Na ocasião, o cineasta também conheceu e gravou depoimentos da viúva de Cícero Dias, Raymonde, e da filha dele, Sylvia. “Então eu voltei com esse material, que não usei no filme que estava fazendo, e só nove anos depois, em 2014, que lembrei do material, intacto e comecei a pensar no filme sobre o pintor”, comenta Vladimir.

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